quarta-feira, 17 de julho de 2013

A nossa amiga morte


Oh morte, tão presente em nossa vida. Ainda não te encarei querida amiga, mas já te vi passar por várias ruas, colhendo das árvores seus frutos maduros. Oh amiga morte, és tão presente, mas queremo-la tão longe, a queremos tão distante de nós, mas tu és inevitável. Terei que me acostumar com você, não é mesmo? Terei que caminhar a cada dia tentando fugir de ti, mas mesmo assim, me aproximando do teu leito, não é mesmo? Você é tão sombria, tão misteriosa, tão calma, mas tão voraz e tão paciente que nos espera, porque sabe que, mais cedo ou mais tarde, iremos nos deitar em seu colo. É a mais presente em nossas vidas, mas mesmo assim, ainda não me acostumei com você. Poderei eu ser seu amigo? Poderei eu não chorar toda vez que penso em você? Poderei sorrir ao te ver passar se todos que conversam contigo se banham em lágrimas? Poderei ser egoísta ao ponto de dizer a mim mesmo que você é amiga de nós, seres viventes? Que eu não ame mais por medo de que você encontre meus amados, mas que eu os ame mais porque sei que um dia você virá abraçá-los e me mostrar que és dona deles e os emprestou para serem meus anjos.

Apolo Pensador - Dayvid Fernandes

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