Sempre digo que tenho medo da velhice, talvez nem medo, mas pavor. A terceira idade parece-me ser um caminho inevitável. As dores e doenças que acometem grande parte da população idosa me apavoram e me fazem desejar o retardo do relógio deste ciclo que é a vida, considerando que eu chegue até a terceira idade.
Tomado por este medo, ultimamente tenho me voltado para a minha saúde física, sem deixar de lado, é claro, minha saúde espiritual (que, para mim, é de grande importância, apesar de encontrar-me muitas vezes fraco espiritualmente), já que ambas caminham juntas, por excelência.
Tenho praticado meditação, tenho me alimentado melhor e tenho evitado certos alimentos, como refrigerantes e, em breve, frituras. Já tentei ser vegetariano (por cinco meses não me alimentei de carne alguma), mas por hora não estou preparado para este grande desafio. Em março começarei a praticar esportes, frequentar academia e realizarei em breve um peeling de cristal para remover as cicatrizes de espinhas que a juventude me presenteou e clarear a pele do rosto. Também tenho me habituado a tomar chás naturais (como de alecrim, camomila e cidreira) antes do repouso noturno. Os chás naturais de ervas oferecem vários benefícios para a saúde, inclusive o carácter antioxidante e prevenção de doenças, entre outros.
Preocupar-se com a saúde e a beleza é até certo ponto muito bem aceitável e recomendável, já que o corpo é nosso veículo carnal na Terra e, devemos mantê-lo sempre muito bem tratado. Entretanto, tenho percebido que esta minha preocupação e meus anseios têm sido superficiais e manipulados pelo sistema de crenças atuais que, valoriza a força e a beleza da juventude em detrimento da sabedoria e “da beleza” da terceira idade. Preocupei-me e consegui enxergar isto depois de um espaço pequeno de tempo e estou grato por isso.
Atualmente, tenho assistido muitos vídeos na internet, que exploram a beleza e o carácter infinito e evolutivo do ser no meio social. Trata-se de um Vlog dirigido pela psicóloga e taoísta Flávia Melissa. Adorei muito a ter conhecido neste Vlog do YouTube, e assisto diariamente os seus vídeos, que são muito instrutivos e me transmitem lições valiosas.
Assistindo aos vídeos de Flávia, absorvi diversos conhecimentos do campo psicológico e espiritual que mudaram vários pontos de vista que eu possuía e me fizeram enxergar de maneira diferente e mais positiva a mim mesmo e as experiências que veem sobre mim, que são emanações e um espelho de mim mesmo, de minhas sombras e luz. Foi a partir de tais lições que rasguei o véu materialista e superficial que cobria minha alma.
A vlogueira e psicóloga Melissa sempre enfatiza que somos todos compostos de luz e sombra, ou seja, de Ying e Yang, de masculino e feminino e ambos os hemisférios desta totalidade não necessários entre si para a existência de tudo o que há. Sendo assim, posso afirmar com vigor que juventude e velhice se completam e ambas necessitam uma da outra, tornando-se uma unidade do todo humano e de cada indivíduo em especial.
A meu ver, a juventude pode ser encarada como uma preparação para a velhice, como uma época Yang onde o jovem (detentor de força, como diz o trecho bíblico: “Jovens, vós sois fortes”) semeia em si próprio as sementes que colherá posteriormente; como Flávia diz: “A terra acolhe a todas as sementes” e “ (...) quem planta abacate certamente não colherá tangerina”.
A juventude é um momento de cair e aprender com os tombos, de calejar-se para que, na velhice, braços, pernas e alma estejam fortes. É um tempo de descobrir os potenciais internos, momento de desafiar a si própria e desenvolver habilidades e características vangloriosas. É um tempo de errar e acertar, de amar seus próprios pecados, de amar suas sombras, assim como sua própria luz, uma vez que somos feitos de ambas. Esta máxima muito me emociona, pois, na juventude que estou ainda tenho dificuldades de amar alguns de meus demônios internos que na verdade também são anjos que anseiam por crescimento e amor. A flor da idade é época de experimentar e adquirir conhecimentos diversos. A juventude é Yang!
Ainda não cheguei à velhice de minha vida e por isso, não posso falar com tanto eficácia como é ser idoso (a palavra, “velho”, vem a me incomodar, “risos”). Entretanto, tenho algumas expectativas que creio serem plausíveis e em uma só frase poderei dizer o que a velhice denota a mim: “Na velhice alimenta-se dos frutos que na juventude foram plantados em forma de sementes e que agora estão maduros para serem consumidos”.
É na velhice que o Ying se revela e “voltamo-nos para dentro de nossas almas”. É um tempo de apreciar a sabedoria obtida (e que está sendo obtida ainda) e compartilhá-la com os atuais “jovens” (acredito mais no carácter psicológico desta palavra). A terceira idade é um momento de quietude consigo mesmo! Mas nada impede que o idoso continue aprendendo, haja vista que, nem a morte interrompe o aprendizado humano.
Compreendi que não somos nem jovens nem velhos. Cada ser é composto de vários “eus”, como um ciclo que se completa para formar um todo. Eu, com 19 anos apenas, sou uma soma do Dayvid com um, dois, três..., quinze, dezesseis, dezessete, dezoito e dezenove anos. Todos os meus ”eus” somam-se e aperfeiçoam-se em um, o EU PRESENTE. Quando eu avançar para o estágio de oitenta anos ainda serei o Dayvid, mas um Dayvid diferente, pois serei a nova adição de várias outras experiências e aprendizados, visto que sempre evoluímos.
Faz-se preciso estagiar por todos os ciclos da vida e ninguém nem nada será completo sendo feito apenas de algumas partes. O infinito é completo e nós nos completamos, somos todos um, todos nossos “períodos” são apenas um, nos fazemos Ying e Tang.
Viver cada dia da juventude com os pensamentos voltados para a velhice não é uma atitude louvável e recomendada, mas sim viver cada dia como único, a velha frase bordão “viver hoje como se fosse o último dia” aqui produz efeito considerável. O futuro é feito do nosso presente e a eternidade se constrói em cima de vários “hojes”.
Apolo Pensador-Dayvid Fernandes
Para os mais curiosos e sob minha recomendação, posto também o link do vlog da psicóloga Fláia Melissa:
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