terça-feira, 16 de julho de 2013

Analogias de um sofrimento


As lágrimas.
As pessoas choram.
Por que as pessoas choram?
De dor.
De alegria.
De saudades.
De Raiva.
De Tristeza
De Sofrimento.
Sempre choro.
Raramente de alegria.
Quase sempre de Tristeza.
De Saudades.
De sofrimento.
Ontem mesmo eu chorei.
É tão ruim sofrer.
É tão ruim chorar.
É tão ruim chorar por alguém.
Ainda mais quando amamos essa pessoa.
Pior ainda, quando se acha que essa pessoa não te ama.
Quando se espera o telefone tocar.
Quando se espera uma batida na porta.
Uma maçaneta que se abre...
Um sorriso em seguida.
É tão ruim sofrer.
Chorar em um dia em que o sol é escuro.
A água cai.
Não apenas a da chuva.
As dos meus olhos.
Eles estão nublados,
Escuros.
Fechando-se.
Banham-se de tristeza.
Está nublado.
O que sinto agora?
Não sei bem ao certo.
Parece desespero.
Parece calma.
Parece tristeza.
Não sei bem ao certo.
Sinto-me como em um dia escuro.
Mas que parece um entardecer.
Escuro... Quase escuro...
O sol se pondo.
O horizonte o cobre.
Pessoas sem faces começam a caminhar.
Estou sentado na sarjeta sozinho.
Espero alguém que não sei se virá.
Está chovendo.
Eu não trouxe guarda-chuva para essa caminhada.
A chuva me molha todo e eu sinto frio.
Sinto vontade de chorar.
Tiro do bolso uma nota de dois toda molhada.
Guardo-a.
Talvez nem dê para usá-la.
É pouco.
Eu quero me aquecer.
Não tenho cobertor.
Não quero voltar para casa.
Mesmo se quisesse.
É tão longe.
Caminhei muito.
È tão longe, longe.
Bom... Prefiro esperar aqui.
Queria que alguém me levasse.
Mas vou esperar.
Esperar que novamente o sol apareça no leste.
Que possa me aquecer.
Que possa me secar.
Ai sim talvez consiga voltar para casa.
Mas ainda é noite, é madrugada.
Parou de chover e o vento sopra me deixando com mais frio.
Eu encosto-me em uma árvore.
Sujo-me de lama.
Vejo um pássaro voar.
Eu o queria ser.
E voar para o infinito.
Até que minhas asas percam a força.
Estão cairia sentindo o vento soprar entre minhas asas.
Algumas escapariam de mim.
Eu fecharia os meus olhos.
Eu abriria com esforço minhas asas.
Em um segundo pensaria em toda minha vida.
Pensaria em tudo que pude viver.
Abriria meus olhos por mias um segundo.
Pensaria em você.
Nesse momento não mais poderei fechar meus olhos.
Caio no chão e me espalho por toda a calçada.
Alguém me chuta e eu agora sou apenas mais uma sujeira no chão.
Mas ainda é possível ver uma lágrima em meus pequenos olhos.
Alguém com compaixão junta meus pedaços e me enterra.
Eu sofro.
Resolvo voltar à vida real.
Encarar que estou escrevendo.
Encarar que o que está acontecendo é real.
Que sou um pássaro preso dentro de meu coração.
Encarar que a noite escura é minha vida.
Que o que sinto é solidão.
E que talvez o sol não apareça amanhã cedo.
E que talvez ninguém venha me tirar desse vento gelado.
E que talvez ninguém junte meus pedaços na calçada.
Mas mesmo assim resolvo esperar no vento frio.
Pois ainda há esperança.
Pois do outro lado do hemisfério existe um sol que talvez, talvez nasça.
E que talvez me ilumine amanhã...
Quando talvez o telefone tocar.
Quando talvez na porta alguém bater.
Quando talvez a maçaneta se abrir.
E quando talvez você aparecer e meu sorriso se abrir.




 Apolo Pensador - Dayvid Fernandes
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