quarta-feira, 17 de julho de 2013

Prove que você existe!



Pergunto-me por que nós humanos, como nos autodenominamos, existimos. Se é que existimos realmente.
Ignorar a existência de Deus pode não parecer uma boa escolha do ponto de vista de muitas pessoas. Esta seria uma resposta muito fácil. A partir de meu raciocínio, se não há evidências e nem provas “concretas”, não há como ter certeza da existência de algo. Mesmo não havendo a “certeza” fiel de Deus (ou deuses), há argumentos a favor e contra a sua existência. Apesar de muitos desses argumentos, senão todos recaem na “fé”, que não é um argumento racional e sim sentimental, uma grande multidão privasse de um questionamento maior e restringisse à fé. Como ter fé em algo tão incerto e sem prova de existência? Por enquanto prefiro pensar de uma forma agnóstica. A escolha vai de cada indivíduo. Não quero fugir do assunto deste texto. Prossigamos.

Por que existimos? É uma questão muito complicada e que poucos pensam nela e, quando pensam, logo se extraviam da procura por uma resposta ou se refugiam na religião, que é uma resposta mais fácil e talvez mais imediata, como já disse. Poucos realmente se dedicam a uma busca mais acirrada pela resposta, se ela existe. Esta questão pode facilmente se estender para tudo que podemos ver ao nosso redor, já que estamos inseridos em um contexto biológico e social muito maior. Estende-se a pergunta então!
Para tentar buscar uma resposta para o sentido da existência humana e, consequentemente para nosso meio, sou tentado a perguntar-me primeiramente se realmente nós existimos! E isto é bem claro nesta linha de raciocínio. Antes desse meu “por que e para que” existe um questionamento mais essencial, o “se..” existimos. Existimos realmente.

Penso, logo existo! Esta frase é muito conhecida, mas eu, ignorante que sou, não consigo me satisfazer com esta resposta. Sabemos bem que nós, plantas, animais (e todos os outros reinos) somos seres vivos. Aristóteles, o filósofo cientista, classificou os seres vivos em “plantas, animais e humanos”. As plantas, animais e humanos são seres vivos porque nascem, se alimentam, se desenvolvem, reproduzem-se e morrem. Os animais e humanos conseguem se movimentar e interagir com o meio a sua volta, os humanos são capazes de tudo isso e ainda mais: conseguem perceber o seu ambiente e pensar, raciocinar, ordenar suas impressões sensoriais etc. Desta forma conseguiu distingui-los (os seres vivos) em três grupos. Como vê, por esta classificação, que parece-me bem aceitável, apenas nós humanos podemos utilizar a resposta de Descartes, “Penso, logo existo”. Assim, estendendo a pergunta que fiz (da maneira que desenvolvi anteriormente), como provar a existência de tudo o que vemos? Para mim, é necessário procurar por uma resposta mais ampla.

Vou tentar seguir este raciocínio através de uma analogia. No sistema jurídico, no desenrolar de um processo de julgamento, seja civil ou penal, para que se possa provar a existência de algo, é preciso apresentar provastestemunhas e estas provas devem ser verdadeiras. Provas são relacionadas ao acontecimento em processo de julgamento, citasse como exemplo uma carta, um objeto qualquer, uma foto etc. As testemunhas são pessoas que participaram de maneira ativa ou passiva no fato. Vale ressaltar que há provas que são úteis para o julgamento  e provas que são descartadas por não ser suficiente para ajudar neste crivo. O julgamento da validade das provas é feita por um juiz. Este juiz julga todo o processo e é uma pessoas capacitada para tal feitio, uma vez que dedicou anos de sua vida para isto (o que inclui os estudos desta faculdade) e possui (assim presumisse que tenha) conhecimento necessário da lei para julgar.

É claro pensar que os “julgados” não podem julgar a si mesmo. Desta forma, não seria necessário o trabalho do juiz.

Enumeremos uma pequena lista de condições necessárias para um julgamento completo:

1.   1-    É necessário haver um juiz capacitado para julgar o processo.

2.  2.-     Os “julgados” não podem julgar a si próprios.

3.  3-     Deve haver provas válidas para o julgamento.

4. 4-      A existência de testemunhas é imprescindível.

Vamos aplicar esta linha de pensamento ao julgamento de nossa existência. Pelo segundo tópico sabemos que nenhum humano poderá julgar sua existência (mas podemos tentar pensar um possível veredito, os advogados fazem isso). Assim, quem será nosso Juiz? Não há. Quais são as provas de nossa existência? Já sabemos que julgar a nossa existência se estende a julgar tudo o que “há” a nossa volta. Assim, não há provas, pelo menos ainda não encontrarei. Quem serão as testemunhas de nossa existência? Toda vida pensante que conhecemos é um ser humano e sabemos que os julgados não podem ser suas próprias testemunhas. Assim, como pode ocorrer um julgamento sem Juiz, sem provas e sem testemunhas?

Por enquanto ainda não encontrei uma resposta melhor aceita... Vamos pensar mais sobre o caso. Alguma luz parece surgir em minha cabeça, mas ela me incomoda e eu prefiro pensar um pouco mais sobre ela e desenvolver tal hipótese.

Apolo Pensador - Dayvid Fernandes

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