quarta-feira, 17 de julho de 2013

O que você faria antes de morrer?

A cidade grande... Ah! Em minha mente um cenário se monta. Prédios por todas as partes, carros e pessoas perambulando. Pode ser bom morar na cidade grande, mas também pode ser devastador para a mente. Na cidade grande encontramos todas as oportunidades do mundo e todos os estresses dele oriundo.

A beleza dos prédios modernos ou a chateação das buzinas? Um cidadão da sua pacata cidade do interior viaja a São Paulo e lá se depara com todo aquele furor. Se disponibilizar-se de um fomento, este indivíduo poderá amar a cidade em primeiro momento. Mas, e uma pessoa que reside em uma grande metrópole e se submete às suas exigências, gostaria da mesma maneira? Não se deve fazer generalizações, entretanto, podemos tentar encarnar em uma rotina deste cunho. Logo me vem o estresse!

Quantas horas uma pessoa levaria para chegar a seu emprego em uma cidade como a capital do nosso estado, ou do Rio de Janeiro? Um enorme tempo é despendido para a realização de obrigações, afinal, é preciso cumprir com seus compromissos – principalmente profissionais, é preciso ganhar dinheiro, é preciso se alimentar-, se se pretende acompanhar o desenvolvimento da sociedade, que caminha rumo à Globalização. Esta era a palavra que eu queria chegar!

Quão bom o mundo está se tornando, caros humanos? Evoco a característica pessoal – e até espiritual – de humanidade que tenta ser resgatada na correria da “preciosa globalização”. Completar o Ensino Médio não é mais o fundamental para se inserir no mercado de trabalho – isto não é uma crítica positiva, pelo contrário-, temos que estudar mais! Carecemos concluir o ensino superior, técnico etc. O mundo está cobrando cada vez mais. Precisamos produzir, precisamos produzir, temos que ganhar mais para gastar mais! Estas são as exigências que os “novos tempos” trazem em si. Não há tempo para ler um livro, não há tempo para respirar, não há tempo para um beijo do café da manhã familiar, não há tempo para amar, não há tempo para viver. Encontro grande contrassenso ao remontar a rotina dos antigos. Hoje tudo está mais acessível, mas a duração do dia parece ter diminuído. Foram-se as longas tardes de verão da minha infância querida.
A conexão com o “eu interior” e com os entes queridos agora é algo deixado para “quando der”. Estamos conectados nas redes sociais, que não são os amigos da vizinhança ou da escola, são as do Facebook, Twitter, Skype etc. Estamos “On” para o universo da Internet e “Off” para o Universo real – Como diz o palestrante Deivison Pedroza. Vivemos desligados do calor humano e dos sorrisos de verdade. O Feliz aniversário deixou de ser um abraço! Não nos abraçamos mais!

Na pressa dos nossos dias, quantas vezes entramos em dissenso com nossos próprios sentimentos tentando alcanças as expectativas a que somos chamados superar? Jazemos sempre na busca de dar resultados melhores. Melhores para quem? Para os outros? Para o patrão? Ou para nós mesmos? Nesta mesma perspectiva, apetecemos sempre agradar os vizinhos em contraposição com nossos próprios desejos. Com atitudes deste cunho, criamos conflitos sentimentais com nosso próprio eu: o templo interior, nosso abrigo seguro, acaba por se derrocado.



É esse o destino que queremos para nós? As exigências da globalização, as buscas desenfreadas movidas por ambições desnecessárias ao viver saudável e a falta de autossatisfação são motivos suficientes para conduzir uma sociedade à falência. O tempo passa. O senhor destino está colhendo todo o tempo que desperdiçando e não estamos aproveitando. Arrependimentos chegarão!

Se lhe fosse dado um minuto a mais para viver antes da                                  morte... O que faria? Com o que o despenderia? A                                           oportunidade da vida parece ser única. Na verdade é inusitada e efêmera. A possibilidade de viver este exato momento é exclusiva. Basta a cada sujeito agir da melhor maneira possível para fazer valer a pena. Temos muito a nos arrepender, mesmo dizendo que não, já que estamos agindo de maneira a contradizer o sentido de evolução da vida.

Um jovem, recém-inserido na loucura da sociedade digital não mede muito as desvantagens em se desligar da vida e se entregar totalmente à frieza do concreto. Aproximando-se da vida madura, medindo as perdas e as cicatrizes no coração, passa-se a pesar na balança da consciência o verdadeiro valor das atitudes cultivadas até agora. Enxerga-se que, nem todos os esforços despendidos até agora valeram a pena. Empenhos que não valem a pena são direcionados a motivos fúteis das ordens dos grandes empresários que comandam o mundo e só visam lucros! O que é mais importante? Trabalhar de segunda a segunda ou gastar algumas horas ao lado de quem amamos? Ouço muitas queixas de pessoas idosas que dizem “... dever ter trabalhado menos, ter amado mais”.

Viver como se fosse o último dia. Esta frase já foi escrita e reescrita, lida e relida várias vezes e por várias pessoas, mas não praticada. É fácil dizer a alguém para viver desta forma em um mundo tão competitivo e somítico, onde precisamos de certa forma, dançar conforme a música para viver. Contudo, o que não se deve, é reverenciar-se ao atual sistema de forma a escravizar-se. Devemos tirar um tempo para ouvir nossos pensamentos, para conversarmos com quem amamos pessoalmente – não por chats da internet -, para abraçar, dizer “eu te amo” com mais frequência. Isto faz bem para o coração, isto nos faz viver!

Apolo Pensador – Dayvid Fernandes

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